- Diair Portes.
"O solo é a maior riqueza que temos", diz cooperado de Balsa Nova

O produtor João Kava é cooperado desde que a Bom Jesus iniciou suas atividades no município de Balsa Nova. Morador da localidade de Rodeio Rio Verde, na sua propriedade é referência a questão de fertilidade, manejo do plantio e correção do solo buscando uma produtividade maior. A manutenção da fertilidade do solo é um trabalho desenvolvido há anos pelo produtor de feijão, soja, milho, trigo e cevada.
Nesta safra de verão o agricultor cultivou 76 alqueires de soja e oito de feijão. Na área que fez análise do solo a produtividade melhorou. “Sou aberto para colocar na propriedade as novas tecnologias do campo e sempre acompanho a evolução na agricultura, isso deveria ser uma tarefa do agricultor ficar atento as novidades e técnicas de manejo. O solo é a maior riqueza que temos e precisamos cuidar dele, como por exemplo, melhorando a palhada do solo, pois cada área de plantio é diferente e deve ser tratada e corrigida de forma diferente. É preciso investir em solo visando à fertilidade e também trabalhar com a rotação de cultura, pois acredito ser importante o manejo na lavoura com a técnica de rotação”, diz o cooperado.
Fertilidade do solo
A fertilidade é a capacidade do solo de ceder nutrientes para as plantas. A fertilidade do solo pode ser dividida em quatro tipos: A Fertilidade Natural é decorrente do processo de formação do solo: material de origem + ambiente + organismos + tempo. Fertilidade de um solo nunca trabalhado. Já a Fertilidade Atual é após a ação antrópica (do homem). Fertilidade após práticas de manejo que visam fornecer nutrientes para as culturas por meio de correção e adubação mineral ou orgânica. Dentro das definições a Fertilidade Potencial é a que pode se manifestar a partir de determinadas condições. Nesse caso, alguma característica do solo pode estar limitando a real capacidade do solo em ceder nutrientes para as plantas. Ex.: Solos ácidos. E por fim a Fertilidade Operacional, estimada a partir da determinação dos teores de nutrientes no solo por determinados extratores químicos. Nem sempre a fertilidade operacional é exatamente a fertilidade natural ou a atual do solo. Elas se correlacionam, mas podem não ser exatamente iguais.
A palhada tem a função de proteger o solo e pode ser comparada com um guarda-chuva, no verão (estação chuvosa) protege o solo da ação direta dos raios solares, mantendo a sua temperatura amena e retendo a sua umidade, o que favorece significativamente a germinação das sementes, o desenvolvimento e a produção das lavouras; protege o solo da ação desagregadora do impacto direto das gotas de água das chuvas, reduzindo a erosão, que causa a perda de solo e de água, a contaminação e o assoreamento de nascentes, rios e reservatórios de água.
Na estação seca (inverno) protege o solo contra a perda de umidade provocada pelo sol e pelos ventos, resultando numa economia de água de irrigação de até 30%. Ela também tem contribuído para a redução de plantas daninhas e de doenças severas das culturas irrigadas como o mofo branco do feijoeiro, que atualmente também tem afetado a cultura da soja no verão. “O solo no período de inverno não pode ficar sem cultivo, pois é preciso pensar que a palhada da cultura desenvolvida nessa época traz um retorno lá na frente, com volume de raiz, por exemplo, que mexe com o solo; e o processo de decomposição da palhada que tem a capacidade de renovar os nutrientes do solo. A cultura de verão produz mais em média quando há uma palhada adequada que ficou da cultivar de inverno”, explica o gerente e engenheiro agrônomo do entreposto de Balsa Nova Marcelo Kosinski.
Para que as plantas se desenvolvam normalmente, alguns fatores são indispensáveis: temperatura, luz, ar, água, nutrientes, etc., e a palhada é um fator que colabora para o desenvolvimento da planta da safra seguinte. “É preciso destacar a importância que a palhada tem quanto a proteção do solo referente ao sol, erosão pois a palhada diminuiu o impacto de uma forte chuva na lavoura que causa a perda de nutrientes do solo que são carregados pela água. Existe ainda o incremento da atividade biológica do solo e a sustentabilidade com a adição de carbono na terra via processo fotossíntese. Também uma boa cobertura da terra diminui, com o passar do tempo, as aplicações de herbicidas pois as plantas daninhas aparecem menos, e dificultam o aparecimento de doenças como o mofo branco, que é causado pelo fungo Sclerotinia sclerotiorum é, atualmente, uma das principais doenças da cultura da soja pelos prejuízos ocasionados nas últimas safras e pela dificuldade de controle”, finaliza o agrônomo. Esse fungo tem como hospedeiros mais de 400 espécies pertencentes a, aproximadamente, 200 gêneros botânicos; entre as mais importantes culturas estão, além da soja, o feijão, o girassol, o algodão, o tomate industrial, a batata e algumas outras hortaliças.

A palhada tem a função de proteger o solo.


Cooperado João Kava e o colaborador da Cooperativa Bom Jesus de Balsa Nova, Marcelo Kosinski.
Diversidade de solos no Brasil
A grande diversidade de “tipos” de solos é condicionada pelas formas e tipos de relevo, clima, material de origem, vegetação e organismos do solo. Com base no atual Sistema Brasileiro de Classificação de Solos da Embrapa pode-se distinguir 13 grandes classes de solos representativas das paisagens brasileiras. Há grande predominância dos Latossolos, Argissolos e Neossolos, que no conjunto se distribuem em aproximadamente 70% do território nacional.
No Brasil, as classes Latossolos e Argissolos ocupam aproximadamente 58% da área e são solos profundos, altamente intemperizados, ácidos, de baixa fertilidade natural e, em certos casos, saturados por alumínio.
Os solos de média a alta fertilidade são em geral pouco profundos em decorrência de seu baixo grau de intemperismo, caracterizados nas classes dos Neossolos, Argissolos, Luvissolos, Planossolos, Nitossolos, Chernossolos e Cambissolos.
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