- Diair Portes.
Soja: Produtividade das lavouras impulsiona a safra 2016/2017 em Rebouças

Aos oito anos de idade o cooperado Davi Roberto Gross saiu da região de Santo Augusto, no noroeste do Rio Grande do Sul, e veio morar no Paraná com sua família. Desde criança trabalha na agricultura e viu as mudanças de cultivo e manejo evoluírem com o tempo. Se instalou na localidade de Poço Bonito, interior de Rebouças em 1979. "Quando chegamos aqui o pessoal trabalhava com feijão. Quem vinha de fora trabalhava com outras culturas como milho e a soja. Naquela época o feijão era a principal cultura e depois a soja veio para ficar. Com o tempo os agricultores começaram a cuidar do solo e a produtividade aos poucos a cada safra aumentava. Falando do passado, a dificuldade de trabalhar no campo, o esforço e a dedicação com que meus pais enfrentaram os problemas, são situações que levo de exemplo na vida. A gente enfrentou muita crise mas sempre soubemos administrar os lucros e a forma de trabalhar no campo, por isso não perecemos", conta o cooperado Davi que também faz parte do projeto Alta Performance.
O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos, USDA, manteve em fevereiro sua estimativa para a produção de soja do Brasil na safra 2016/2017 inalterada em 104 milhões de toneladas, próximo de previsões do mercado. A safra recorde de grãos vai voltar a impulsionar a atividade agropecuária do Estado. A projeção do Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico Social (Ipardes) prevê um crescimento de 6,2% para o Produto Interno Bruto (PIB) do setor em 2017. O desempenho contrasta com o ano de 2016, quando a quebra da safra provocou uma retração estimada de 3,5% no PIB da agropecuária no Paraná. O resultado desse ano no campo também deve ser melhor do que a média brasileira. Projeções de mercado, como a divulgada pelo Banco Central, apontam para um crescimento de 4% no PIB da agropecuária brasileira em 2017.
A soja promete ser, mais uma vez, o trunfo do setor agropecuário no Estado. Com o avanço da colheita e a produtividade alta encontrada no campo, a expectativa para a safra é grande. De acordo com o produtor, "na safra passada a situação foi tensa, com casos de ferrugem. Mas nessa o manejo foi realizado de forma adequada e a diferença das lavouras é nítida quanto a boa cor e nutrientes que a planta apresenta. Esse ano as aplicações de fungicidas foram na hora certa. De momento acredito que vou bater meu recorde de produtividade na área que destinei ao projeto Alta Performance".
Além da soja cultivada em quinze alqueires o produtor também planta milho, o qual é destinado a silagem para alimentação do gado leiteiro. "Eu trabalho na parte da agricultura mas também trabalhamos com o leite. Como meus pais a terra faz parte de mim e a vontade é que os filhos continuem com o trabalho na agricultura, para que a atividade não se perca e a produção no campo não pare", finaliza Davi.
Safra recorde
O Brasil deve ter uma safra recorde. Conforme informações do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE, houve aumento da área de plantio e o tempo ajudou desta vez. No primeiro semestre de 2016, houve seca em várias regiões do Centro-Oeste.
A soja é o produto mais exportado pelo Brasil, mais do que minério de ferro. Bem mais. O minério de ferro, o segundo produto mais exportado, gerou em 2016 uma receita de US$ 13 bilhões para o país. A soja foi muito além e atingiu US$ 25 bilhões de dólares. A soja propiciou R$ 117 bilhões para os fazendeiros em 2016.
O maior produtor de soja no país é o Mato Grosso, com 27% da safra. Em segundo lugar vem o Paraná, com 17%. Depois estão o Rio Grande do Sul (16%) e Goiás (10%).
A soja é usada como ração animal mas também em vários alimentos consumidos pelos brasileiros: óleo de cozinha, shoyu, leite de soja, margarina e salsicha. Outros produtos, como cosméticos, tintas e vernizes têm soja na composição.
Na questão de geração de empregos e renda no campo à indústria, mais de um milhão de brasileiros têm trabalhos ligados à soja.
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