- Com informações do site Sfagro.uol.
Boas práticas agrícolas: saiba por que as sementes precisam de proteção.

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Boas práticas agrícolas: saiba por que as sementes precisam de proteção.
Produtor pode ser obrigado a adotar áreas de refúgio para garantir a eficiência das tecnologias no longo prazo.
As sementes transgênicas disponíveis no mercado brasileiro podem ficar com os dias contados. “A velocidade de desenvolvimento de novos eventos genéticos é lenta. É preciso proteger as tecnologias”, diz Francisco Aragão, pesquisador da Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia.
Segundo ele, o gene bt está presente nas sementes de soja, milho e algodão e não há rotação de culturas e de produtos com diferentes modos de ação para garantir a eficácia das tecnologias no longo prazo. “As pragas vão criando tolerância até o dia que a semente e o defensivo não têm mais efeito. O que se tenta é retardar isso usando refúgio”, diz o pesquisador.
A situação é alarmante, especialmente a resistência de insetos como a lagarta do cartucho nas lavouras de milho.
Não é de hoje que as empresas alertam sobre a resistência de insetos. A principal recomendação para driblar o problema é a adotar áreas de refúgio, com o plantio de sementes convencionais em uma área de pelo menos 20% das lavouras de soja e de 10% para o milho. Essa prática retarda o processo de seleção natural dos insetos e prolonga a eficiência das sementes transgênicas.
Como as cultivares convencionais geralmente registram menor produtividade e renda no curto prazo, muitos produtores se recusam a fazer esse manejo. Porém, o mercado poderá exigir uma mudança de comportamento. O governo já estuda uma forma de tornar a adoção de refúgio obrigatória, como medida vinculada à liberação de crédito do Plano Safra.
Na prática, pode significar que, ao contratar o crédito rural para custear uma lavoura com sementes transgênicas, o agricultor tenha que comprovar a adoção de áreas de refúgio na fazenda. “Devido à importância do tema, a sugestão é colocar o tema refúgio dentro das perspectivas de financiamento de custeio da safra”, diz Luis Eduardo Rangel, secretário de Defesa Agropecuária do Ministério da Agricultura. “Só com educação, a curva de adoção das áreas de refúgio não é suficiente. A gente está tentando achar outras estratégias, inclusive modificação de legislação se for o caso.”
Por Darlene Santiago
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