Sementes de qualidade: como escolher a melhor variedade de soja?

Germinação, vigor, pureza e tratamento da semente determinam o potencial produtivo.

A semente é o principal insumo para a implantação de uma lavoura de soja. Empresas de sementes e multiplicadores comprometidos com a qualidade realizam testes para entregar aos produtores sementes com boa taxa de germinação e vigor. Por isso, o sojicultor deve buscar insumos que tenham boa procedência para ter maior potencial produtivo. Uma das vozes mais atuantes em defesa da qualidade das sementes é a Associação Internacional de Testes de Sementes (International Seed Testing Association. Ista, na sigla em inglês).

Essa associação avalia métodos e cria regras para padronizar os testes laboratoriais que averiguam a qualidade das sementes, além de certificar laboratórios. Atualmente, a entidade conta com 134 laboratórios credenciados em todo o mundo, sendo que seis destes estão localizados na América do Sul. De acordo com Florina Palada, chefe do Departamento de Acreditação e Técnica do Ista, os testes laboratoriais estão em constante evolução e são fundamentais para garantir que insumos de boa qualidade cheguem ao mercado.

Segundo Florina, há cerca de 30 novos métodos para testes de sementes de diferentes culturas que foram aprovados pelo Ista e são válidos a partir deste ano. “Buscamos lavouras uniformes e de sucesso. Não queremos ver doenças e maturidade desigual na lavoura”, afirmou Florina durante apresentação no XX Congresso Brasileiro de Sementes, em Foz do Iguaçu.

Observar características fisiológicas das sementes, como germinação e vigor, é fundamental, segundo Florina. “O teste de germinação é uma avaliação primária das condições do lote de sementes, é a base que determina requisitos fundamentais para permitir a comercialização do produto”, afirmou.

No Brasil, a legislação exige que a sementes de soja ofereçam, no mínimo, taxa de germinação de 80%. Ou seja, se o produtor plantar 100 sementes certificadas de soja, pelo menos 80 delas devem germinar.

No entanto, o mercado busca oferecer melhores resultados, de acordo com Meirielly Carpejani, consultora de desenvolvimento de mercado de tratamento industrial de sementes da Bayer. “As empresas prezam por germinação acima de 90%”, diz.

Na questão Vigor, se o produtor comprar duas variedades de soja que garantam a mesma taxa de germinação, isso não significa o mesmo resultado no campo. Algumas plantas se desenvolvem melhor do que outras e a resposta que explica essa diferença pode ser o vigor.

A sementes com alto vigor geram plantas com melhor desenvolvimento do sistema radicular e mais produtivas. “O teste de vigor é um dos mais importantes porque mostra como a semente vai se comportar em condições adversas”, afirma a chefe do Ista.

A legislação brasileira não exige que as sementeiras realizem testes de vigor das sementes. No entanto, segundo Meirielly, essa é uma boa prática adotada por muitas empresas, como a Bayer. “Sementes certificadas passam por controle de qualidade para garantir boa germinação, vigor e pureza.” Segundo a consultora, as sementeiras trabalham duro para minimizar os danos causados por percevejos nos campos produtores de sementes, por exemplo.

O insumo passa por um complexo processo de beneficiamento e classificação da soja de acordo com o tamanho da semente. Quando o produtor compra semente pirata ou opta pela semente salva, ele corre riscos. “A semente salva é uma questão polêmica. O produtor geralmente faz teste de germinação, mas não sabe o vigor. Essa semente não passou por controle de qualidade”, afirma Meirielly.

De acordo com Florina, a umidade também é um fator muito importante que deve ser observado. “A porcentagem de quantidade de água dentro da semente é um parâmetro fundamental de qualidade.

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