- Felipe Andrade
Soja: Cultura sob risco

O Brasil vem se transformando em uma grande lavora de soja. É crescente a área de cultivo, a produção e também os problemas. E uma ameaça nunca foi tão grande: chama-se cientificamente Phakopsora pachyrhizi, o fungo causador da ferrugem asiática.
Desde que constatada a presença do fungo da ferrugem da soja nas lavouras brasileiras, a preocupação dos produtores de soja se voltou principalmente para as práticas de manejo para o controle da doença e redução das perdas de produção e de rentabilidade que essa doença pode trazer. Foram desenvolvidas várias práticas de manejo para minimizar os problemas dessa doença. Surgiram vários fungicidas usados no manejo, novos grupos químicos, práticas como o vazio sanitário, o uso de cultivares de menor ciclo, a semeadura no início da janela de semeadura recomendada, a utilização de cultivares com algum nível de resistência genética à ferrugem, e mais recentemente, a limitação da época de semeadura e a proibição do cultivo em “safrinha” pela maioria dos estados produtores de soja.
É importante salientar que a limitação da época de semeadura tem como principal motivo, a preservação dos fungicidas ainda tidos como eficientes no manejo da doença, pois a maior parte deles perderam eficiência nas últimas safras. A manutenção dos plantios tardios na safrinha, acelera o processo de perda de sensibilidade do fungo aos fungicidas pela exposição prolongada das lavouras ao fungo e de altas populações do fungo aos fungicidas nessa época de cultivo. Como resultado aceleramos a seleção de fungos insensíveis aos poucos fungicidas ainda possíveis de serem utilizados no manejo da doença. Importante salientar que em um horizonte de cinco anos não tem previsão de nenhum novo fungicida para o controle da ferrugem asiática da soja. Portanto, torna-se de extrema importância a utilização de todas as ferramentas disponíveis de forma adequada para que possamos, manter bons níveis de controle.
___________________________
Essa matéria foi elaborada por Carlos Klenki e extraída da Revista Bom Jesus. Você pode obter um exemplar no entreposto mais próximo da sua residência; visualizar pelo site da Bom Jesus; ou em nosso Facebook: facebook.com/coopbomjesus.