- Pelo Engenheiro Agrônomo Carlos Alberto Klenki
Inoculação em soja: Prática indispensável e investimento para altas produtividades

Nodulação resultante da prática da inoculação adequada da cultura da soja. Nódulos em grande número e tamanho garantem o fornecimento do Nitrogênio necessário para a cultura atingir altos rendimentos.
A soja é a cultura com a maior área semeada no Brasil atualmente. Também é a cultura de maior importância econômica e responsável por considerável parcela das exportações do país. Internamente é responsável por um movimento econômico grandioso em insumos, máquinas e equipamentos, setor de transportes, indústria e outros setores que direta ou indiretamente participam desse movimento.
No aspecto produção, é uma cultura que emprega muita tecnologia e essa evolução e investimento tem permitido ganhos em produtividade e a viabilidade da cultura. E dentre as práticas que mais contribuem para a obtenção de altas produtividades está a inoculação. Vamos entender o porque da importância dessa prática: para a produção de 1 tonelada de grãos a cultura necessita de 80 kg de nitrogênio. Essa quantidade de nutriente, não fosse obtida pelo processo de simbiose entre o Bradirhizobium sp e a raiz da cultura, e o fornecimento desse nutriente necessitasse ser fornecido através da adubação, o cultivo de soja seria inviabilizado pelo alto custo que teria. Portanto, a prática da inoculação mostra se um investimento pequeno financeiramente, mas com um potencial de retorno, que nenhum outro na cultura é capaz de produzir. E está aí também um motivo para que prestemos mais atenção e dediquemos mais cuidado com essa prática, pois além do retorno que nos proporciona, estamos trabalhando com bactérias, seres vivos que se manejados de forma incorreta podem perecer e limitar o potencial de rendimento da cultura a níveis que limitam a rentabilidade da cultura.
Mas, então como proceder para obter uma boa resposta à prática da inoculação da cultura da soja com a bactéria Bradirhizobium? Existem algumas formas de adicionar as bactérias, presentes no inoculante, onde elas devem agir.
○ A primeira e a mais utilizada ainda é a aplicação do inoculante diretamente às sementes da soja, imediatamente antes da semeadura da cultura. Forma consagrada de aplicação, altamente eficiente, mas que apresenta algumas limitações: tempo entre a aplicação e a semeadura que deve ser breve e também na dosagem do inoculante a ser aplicado.
○ A segunda forma, e que vem ganhando espaço é a aplicação via líquida no sulco de semeadura. Tem como possível dificuldade a necessidade de instalação de equipamento sobre a semeadora ou sobre o trator para fazer a aplicação. Mas tem uma série de vantagens, das quais podemos destacar as seguintes: a aplicação do inoculante é feita via líquida no sulco de semeadura da cultura, o que garante alta eficiência na nodulação; temos verificado respostas muito positivas com o incremento de dosagens do inoculante, favorecendo maior nodulação para atender o potencial produtivo da cultura da soja que atualmente é maior e crescente; é possível aplicar outros produtos biológicos associados, agregando outros benefícios na mesma operação, como o caso da co-inoculação; e também para o produtor que adquire semente com tratamento industrial, prática crescente no mercado de soja, a inoculação pode ser feita sem correr o risco de desfazer todo o trabalho de qualidade do tratamento industrial. Portanto, nos parece ser a forma que deve predominar em curto espaço de tempo.
○ A terceira forma é a aplicação via aérea, através de pulverizadores, que tem caráter complementar, no caso de alguma correção de falha no processo de aplicação via semente, ou áreas novas de cultivo de soja, onde se objetiva um complemento na nodulação, pois nessas áreas a possibilidade da nodulação ser insuficiente é grande. Mas não deve ser uma prática para substituir as demais formas de aplicar o inoculante.
Podemos afirmar sem medo de errar que a prática da inoculação é o investimento que pode dar o maior incremento em rendimento na cultura da soja em comparação às demais práticas adotadas na cultura. Portanto devemos dedicar especial atenção na forma e na execução desse trabalho. Procure um técnico da Cooperativa para orientá-lo na melhor forma de executar essa operação e quais os produtos mais adequados para o seu caso.

Potencial produtivo elevado na cultura depende do fornecimento de Nitrogênio em grande quantidade. Para cada tonelada de grãos produzidos são necessários 80 kg de nitrogênio. Daí a importância de se dedicar especial atenção à prática da inoculação.
Fotos: Carlos Klenki
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