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  • Foto do escritorAssessoria Cooperativa Bom Jesus

Pós colheita de verão: Preparando o terreno para boas colheitas

Terminada a colheita das culturas de verão começamos uma etapa de planejamento e execução de atividades, cujo objetivo deve ser a melhoria do ambiente produtivo. Resumindo, é a fase onde devemos fazer os diagnósticos e na sequência colocar em prática as correções, ajustes e manejos necessários para que tenhamos na sequência, condições mais favoráveis para as culturas que iremos implantar.

Temos várias opções, desde o abandono temporário das áreas (pousio), a implantação de plantas para produzir cobertura do solo, plantas forrageiras para produção de alimentos para animais, cultura de grãos de espécies de inverno etc. Cabe ressaltar que cada opção apresenta impactos importantes sobre o manejo de cada gleba; as colheitas e o resultado econômico são as consequências dessas escolhas. O conjunto dessas práticas vai impactar sobre uma questão importantíssima e que devemos ter sempre em mente: fertilidade do solo.

O potencial produtivo de uma lavoura, assim como as melhores condições de produção das culturas, está diretamente relacionado ao manejo empregado nos últimos anos na área. Depende de um solo de boa fertilidade e do conjunto de práticas agronômicas adequadamente utilizadas. A fertilidade do solo é uma condição que se consegue com um bom manejo sucessivamente executado e isso é construído ao longo do tempo. E nesse ponto o período de outono/inverno pode contribuir significativamente para a melhoria da fertilidade do solo. Um bom diagnóstico com análise do solo, correções com calcário, gesso agrícola, semeadura de plantas forrageiras ou de plantas de cobertura para a produção de palha, e a implantação de culturas comerciais como o trigo, a cevada e a aveia.

Quando falamos em fertilidade do solo, a primeira questão que vem à mente é fazer uma análise de solo para avaliar como estão os níveis dos nutrientes, que nos permite calcular a necessidade do uso de corretivos e fertilizantes. É o que normalmente se entende como fertilidade do solo. Mas esse é apenas um dos importantes componentes da fertilidade do solo: o componente químico. Mas em uma análise mais detalhada sobre o solo e sua fertilidade, temos mais dois componentes também de grande importância e que nem sempre damos a devida atenção e tratamento: o componente físico, que está relacionado a granulometria do solo, que é uma característica nata do solo, mas temos também a estruturação do solo, importante característica relacionada a porosidade do solo, que por sua vez influenciam na capacidade do solo de infiltrar a água das chuvas, de permitir a circulação da água e do ar no solo e de penetração do sistema radicular das plantas. Essa característica – estruturação do solo, pode ser deteriorada facilmente com manejo inadequado, impactando negativamente no potencial das culturas implantadas na área e limitando os rendimentos mesmo com bons níveis de nutrientes e condições climáticas. A recuperação dessa característica exige investimentos em manejo adequado por um longo período.

Outro componente da fertilidade, e de grande importância, é o componente biológico. Este é o conjunto de organismos vivos presentes no solo, composto por microrganismos (fungos, bactérias, nematóides, algas etc.), insetos, minhocas e, sobre a superfície, as plantas voluntárias e/ou cultivadas entre muitos outros. Os microrganismos que, apesar de invisíveis aos nossos olhos, estão presentes em grande número de indivíduos e espécies. Têm uma enorme importância na ciclagem de nutrientes, associações benéficas ao sistema radicular das plantas e, em alguns casos, também, causando problemas para as culturas. Podem ser considerados indicadores da saúde do solo. Quanto mais numerosos e, principalmente, diversificados, melhor a condição.

Resumindo, um solo fértil é aquele em que os três componentes da fertilidade – químico, físico e biológico, estão sendo trabalhados de forma adequada e que ao longo dos anos de cultivo de uma área agrícola, estão sendo melhorados e não esgotados, degradados ou desequilibrados.

É nesse período de “entressafra” que devemos manejar o solo de nossas áreas agrícolas, de modo a contemplar ao maior número de pontos que necessitamos melhorar, diagnosticados após uma minuciosa análise dos fatores importantes de produção e histórico da área. Corrigir o solo, cumprir o vazio sanitário da soja, produzir biomassa através de plantas que protejam o solo e melhorem as características físicas e biológicas, implantar culturas com a melhor tecnologia disponível, planejar a próxima safra de verão, enfim, dar um passo à frente em relação ao que já temos, buscando sempre a melhoria continuada dos nossos processos e fatores de produção. No mais, um excelente trabalho à essa categoria que tem a missão de produzir o que há de mais importante para a humanidade: o alimento. E conte conosco na sua Cooperativa Bom Jesus para que consigamos continuar construindo esse caminho sólido rumo à um futuro promissor e de sucesso desse setor produtivo tão importante para a economia do país e para o mundo.


Palha sobre o solo: proteção do solo e melhoria das condições para uma boa produtividade das culturas ao longo das safras. Investimento no solo e sua qualidade é o melhor investimento feito pelo agricultor.


Solo: organismo vivo – fertilidade depende de termos isso em mente. Nosso manejo impacta enormemente nesse ponto. O bom manejo mantém ou melhora esse componente da fertilidade: o componente biológico.


Matéria escrita por Carlos Alberto Klenki, Engenheiro Agrônomo da Cooperativa Bom Jesus.

Foto e imagem: Carlos Alberto Klenki.

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